O projeto Ubatubasat, elaborado por alunos do 9º ano da rede pública municipal de ensino, vem, literalmente, conquistando o mundo. Depois de terem sido personagens de uma longa matéria da emissora internacional BBC, os alunos ubatubenses de 13 e 14 anos se destacaram mais uma vez e foram considerados a “grande atração” da maior Feira espacial do Japão.
O novo feito dos jovens da Escola Municipal Tancredo Neves começou com a conquista de uma vaga entre os expositores da Feira Japonesa, que é organizada pela Agência Espacial do País, uma das mais conceituadas em todo mundo no setor. Equipados com jalecos, material de divulgação e carregando uma história de dois anos de trabalho na construção de um satélite, os alunos ubatubenses embarcaram para o Japão na última quinta-feira, 29 de maio, para apresentar o projeto Ubatubasat ao mundo.
Apesar da grande expectativa entre os estudantes e professores, poucos imaginavam o destaque que o grupo brasileiro receberia do outro lado do mundo. Logo no primeiro dia de exposição, o stand do projeto UbatubaSat recebeu nada mais nada menos do que a visita do prefeito de Nagoya, Takashi Tawamura. A autoridade japonesa chegou a dizer que “estava com inveja boa do Brasil por causa do projeto, e que admirava o incentivo dado pelo governo para levar os estudantes tão jovens para o Japão.
O sucesso brasileiro continuou dominando o primeiro dia de exposição e o stand do time de Ubatuba foi um dos mais visitados da Feira, que contava com expositores como Ariane Space, Mitsubishi Heavy Industries e a Jaxa, Agência Espacial Japonesa, além de diversas universidades do Japão, entre elas, a universidade de Tóquio. Os alunos de Ubatuba chegaram a apresentar o projeto em inglês para mais de 10 pesquisadores e diretores da Jaxa, e foram, inclusive, convidados pela Agência Espacial Japonesa para visitar as instalações da organização no país.
Entretanto, a terça-feira foi o grande dia – o momento da apresentação do artigo científico que trouxe os alunos para o Japão. Bruna Sakamoto foi a estudante escolhida para representar o grupo. Depois de muito treino com os professores Rogério Stojanove Bueno e Mariana Cesar Santos, que ficaram encarregados de prepará-la para o momento, Bruna fez uma apresentação em inglês impecável e foi elogiada pelo grupo de cientistas presentes. “Eu estava muito nervosa, mas depois comecei a ficar mais confiante, este foi o melhor momento da minha vida”, disse a estudante de Ubatuba.
Logo em seguida, todos, sem esconder o orgulho de fazer parte da equipe vitoriosa, deram um grande abraço em Bruna. A professora Patricia Patural, que não conseguiu conter as lágrimas, disse: “como sempre a Bruna foi perfeita, e os babacas dos professores choraram de emoção e de alívio.
Passada a pressão da apresentação, o grupo pode relaxar e se dedicar a receber os visitantes no stand de Ubatuba. Agora, entre as atividades para os últimos dias da equipe em terras Japonesas, estão agendadas uma visita ao Museu de Ciências da Cidade de Nagoya e ao Centro Espacial de Tsukuba da Jaxa. Para o professor Candido de Moura, idealizador do projeto, “mais uma vez, os nossos alunos provaram serem capazes de ir muito mais longe do que muitos poderiam imaginar.
Quem acompanhou tudo de perto, mesmo estando no Brasil, foi o prefeito Maurício (PT), que cumpriu o acordo com os alunos ubatubenses e trabalhou nos últimos dias vestindo um jaleco igual ao utilizado pelos jovens cientistas no Japão. “Desde o surgimento da oportunidade trabalhamos duro para conseguir junto ao Ministério da Educação e à UNESCO o custeio das passagens dos alunos e professores. Depois que tivemos a confirmação desta parceria me reuni com os jovens e firmei um acordo de que usaria o jaleco durante esta semana de trabalho. Foi um modo que encontrei de simbolizar que eles podem contar com o apoio da prefeitura sempre que precisarem. Eles são um exemplo de conquista, dedicação e trabalho e devem servir de referência para os jovens de toda Ubatuba”, completou o prefeito Mauricio.
Fonte: http://www.ubatuba.sp.gov.br/?p=2147
Publicado em 6 de junho de 2013, por Assessoria de Comunicação
Antes da viagem:
Ciência virou horizonte de crianças em uma cidade dominada pelo turismo e a pesca
Projeto com satélite leva alunos de escola municipal brasileira a EUA e Japão
Atualizado em 29 de maio, 2013 - 05:51 (Brasília) 08:51 GMT
Nesta quarta-feira eles embarcam para o Japão para participar do Simpósio Internacional de Ciência e Tecnologia Espacial, patrocinado pela Agência Espacial Japonesa.
Há dois anos, depois de ver um artigo em uma revista de ciências dizendo que era possível construir um satélite e mandá-lo para o espaço com cerca de R$ 14 mil, o professor de matemática Candido Osvaldo de Moura decidiu iniciar um projeto de construção de satélite com os alunos do 6º ano.
Assim nasceu o projeto UbatubaSat, que transformou os estudantes brasileiros, de acordo com a empresa que vendeu o satélite, nas pessoas mais jovens do mundo a terem se envolvido em um projeto espacial.
O objetivo era despertar nos estudantes o interesse pelas áreas de tecnologia e ciências, e ajudar a suprir a carência de profissionais nessas áreas no Brasil.
Nasa
Além de já ter conquistado vários estudantes que agora decidiram seguir carreira em áreas de engenharia, o projeto já levou os alunos para conhecer os Estados Unidos, onde visitaram a Nasa (agência espacial americana), e agora, ao próximo destino - o Japão. Eles escreveram um artigo sobre a influência do projeto em jovens de Ubatuba, e o material foi aceito pelo simpósio.
Com a ajuda dos governos municipal e federal e as passagens compradas pela Unesco (braço da ONU para a educação), 12 estudantes e quatro professores representarão o Brasil no congresso espacial do Japão.
Para o prefeito de Ubatuba, Mauricio Maromizato, o projeto ajuda a disseminar a cultura na tecnologia em um região muito marcada apenas por atividades turísticas e pesqueiras, onde "a juventude nunca teve outros horizontes."
Como parte de projeto, alunos e professores receberam treinamento no Instituto Espacial de Pesquisa Espacial (Inpe). De acordo com Antonio Ferreira de Brito, técnico eletrônico de desenvolvimento de hardware, "esta foi a primeira vez que o instituto forneceu treinamento para crianças desta idade".
O lançamento do satélite está atrasado, mas o professor Candido diz que a escola municipal não vai desistir e está à procura de verbas para fazer o lançamento através de um outro foguete espacial comercial.
Quando o satélite entrar em órbita, ele enviará uma mensagem em português, inglês e espanhol, a qual será escolhida em uma competição na escola.
Independente do lançamento, para Candido Moura o projeto "já é um sucesso". Agora, a ideia é expandir a proposta, e novos pequenos cientistas já começam a serem treinados.
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